segunda-feira, 3 de agosto de 2009

24 de Maio: O grande templo do eterno rock




Por Glaucia Lima

Localizada no centro de São Paulo o famoso prédio na Rua 24 de Maio, inaugurada em 1963, oficialmente chamado Centro Comercial Grandes Galerias, foi inspirado na escola de Oscar Niemeyer e projetado por Alfredo Mathias. A “Galeria do Rock” atrai cerca de 10 mil pessoas por dia, segundo as contas da administração.

No final dos anos 70 cedeu lugar a primeira loja de discos de Rock, a Baratos Afins, que se mantém funcionando até hoje, com um enorme e raro acervo de discos de vinil e cds.

Nos anos 80 a Galeria foi palco de muitas brigas e serviu de ponto de encontro de gangues e tribos urbanas rivais. Conflitos foram inevitáveis. Desde então, os lojistas entraram em acordo e trataram de contratar seguranças para que o público voltasse a circular tranqüilamente por seus corredores.

Reduto de diferentes tribos urbanas, a galeria reúne várias lojas de roupas e artigos para roqueiros, skatistas, quem gosta de hip hop, emos e góticos, entre outros. Abriga ainda itens que vão desde cds, vinis, dvds, camisetas, acessórios, bandeiras, pôsteres, tênis, botas de salto no estilo sado-maso, coturnos e bolsas a itens de decoração os mais variados possíveis: abajur do Iron Maiden, imã de geladeira do Kiss, espelho do Alice Cooper, caneca do The Who, lojas de calçados, discos, salões de cabeleireiros e estúdios de tatuagem e piercing... um verdadeiro mix.

No início dos anos 90, com uma melhoria da infra-estrutura, mais estabelecimentos voltados para venda de discos e CDs se instalaram no local atraindo jovens que buscavam raridades e importados impossíveis de se achar em lojas comuns, principalmente com a explosão do Grunge e de bandas de sucesso como o Guns’n’Roses, Metallica e Nirvana. O gênero estava em seu auge e a Galeria se tornou o ponto de encontro de um público sedento por produtos e novidades ligados a ele. No final da década de 90, das 450 lojas existentes, aproximadamente 200 eram de produtos ligados a música, tornando a Galeria do Rock a maior concentração de estabelecimentos dedicados ao rock, passando a pertencer inclusive no Guiness Book, o livro dos recordes.

Personalidades como Bruce Dickinson (vocalista do Iron Maiden) e Kurt Cobain (ex-vocalista do Nirvana) e bandas como Dream Theater, Paradise Lost e Sepultura já deram seu ar da graça para tardes de autógrafos ou apenas para dar uma volta pelos corredores.

Curiosamente, pouca gente comenta que, nos últimos anos, devido à popularidade da música digital, pirataria e internet, o perfil do local está mudando, muitas lojas de cds continuam lá, mesmo com a crise no setor, mas aos poucos estão se mesclando , surgindo assim outros estabelecimentos de estilos diferentes, mas tão alternativos quanto os já existentes, como lojas de streetwear, tênis, toy art e bolsas moderninhas.

Serviço:

Galeria do Rock

Horário: de segunda a sexta, das 9h as 20hs; sábado, das 9h as 17h

Rua 24 de Maio, 62 (entrada também pela Av. São João, 439)

Entrada Franca



Bizarro: Depende do ponto de vista


por: Marcele Leoni


Bizarro, na definição popular, é tudo aquilo que é estranho, anormal, diferente, impactante, em alguns casos, mas segundo a visão de quem?

Tais adjetivos partem do ponto de vista de quem os emprega. O que, por exemplo, é anormal pra mim, pode ser perfeitamente normal para outras pessoas. Posso ser anormal na visão de outras pessoas.

Mas como vivemos numa sociedade que a opinião da maioria sempre prevalece, as minorias, às vezes, tornam-se bizarras. Vivemos dentro de padrões pré-estabelecidos pela mídia e pela própria sociedade.

Nossa cultura não nos permite fugir dos padrões. Os que fogem são os considerados bizarros - isso é fato!

Inicialmente, o tema desse texto me assustou. Meu primeiro pensamento foi: Tenho medo de pessoas bizarras! Mas em seguida pensei: Por quê? Por que elas não estão de terninho vermelho, cabelos com luzes, unhas claras ou uma maquiagem leve? Por quê?

Refletindo sobre meus próprios questionamentos, e observando as pessoas tidas, por mim, como bizarras, encontrei essa única resposta, que, pra mim, define tudo: O bizarro depende do ponto de vista!


Petropolitana e vascaína com muito orgulho, jornalista formada na FACHA/RJ, atualmente revisora da Engenharia de Processos do Banco Votorantim. Ainda não sei quem eu gostaria de ter parido.
Contato: marceleleoni@hotmail.com