quarta-feira, 17 de junho de 2009

Vende-se... nas linhas da CPTM

Por Aline Fidalgo

Todos os dias 1,6 milhão de pessoas passam pelas seis linhas dos trens da CPTM. Resultado: trens lotados, muito empurra-empurra, odores bem desagradáveis e aparelhos sonoros tocando simultaneamente diversos gêneros musicais. Como se tudo isso não bastasse, a cada estação os vagões são invadidos por ambulantes que ignoram os avisos do maquinista, que sempre adverte: “o comércio nos trens é proibido!”.

Situação 1: o vendedor de chocolate entra no trem e abre as suas caixas e oferece aos passageiros pelo preço módico de R$1,50. Mas, de repente, ele faz uma promoção maluca de DOIS chocolates por R$1,00, dizendo que os guardas da CPTM estão no outro vagão e que agora ele tem que vender mais rápido porque não vai perder a mercadoria. Assim, a galera vai ao delírio, comprando aos montes!

Esse é apenas um dos itens vendidos diariamente nos trens. Além de chocolates, água, cerveja, picolés, chicletes, mapas do Brasil, pilhas palitos, cortadores de unha, máquinas de barbear, canetas mágicas (aquelas que o que se escreve pode ser apagado), dicionário de inglês e mais uma infinidade de objetos “úteis” fazem a festas dos passageiros e, principalmente, dos ambulantes.

Situação 2: o vagão está em silêncio. Porém, quando o trem para na estação seguinte e, não um apenas, mas TRÊS vendedores adentram o recinto e começam a oferecer seus produtos. O barulho toma conta do espaço, ainda mais porque um deles vendia aquelas máquinas de barbear e, para mostrar que funcionava mesmo, enquanto ele falava, mantinha o aparelho ligado por todo o trajeto. Um caos!

A CPTM informa que as medidas tomadas em relação aos vendedores não são tão eficazes, pois a maioria deles entra nos trens com mochilas e só retiram a mercadoria quando tem a certeza de não correr nenhum perigo.

Além disso, os trens contam com a ajuda da guarda da própria CPTM e da guarda metropolitana para conseguir coibir a ação dos ambulantes. Porém, eu como usuária cotidiana da Linha Diamante da CPTM, garanto: não é o suficiente.

Aline Fidalgo, paulistana, formada em letras desde 2007. Gostaria de ter parido Gabriel Garcia Marques. Contato: aline.mignella@gmail.com

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